I, II e III Governo Provisório



III Governo Provisório


I Governo Provisório

I Governo Provisório – Adelino da Palma Carlos - desde 16 de Maio de 1974, tendo como ministros, entre outros, Álvaro Cunhal (PCP), Francisco Pereira de Moura (MDP), Mário Soares (PS) e Francisco Sá Carneiro (PPD) (16 de Maio). Dura 64 dias. Conforme Ramalho Eanes vai comentar, Palma Carlos lembrava um touro na determinação e uma pomba na acção. Era sábio e corajoso. As suas soluções de 1974 podiam ter poupado ao país altos custos.

Composição

- Primeiro-Ministro
- Ministro sem Pasta
- Ministro sem Pasta
- Ministro sem Pasta
- Ministro dos Negócios Estrangeiros
- Ministro da Defesa
- Ministro da Coordenação Económica
- Ministro da Administração Interna
- Ministro da Justiça
- Ministro da Coordenação Interterritorial
- Ministro do Equipamento Social e Ambiente
Manuel Rocha
- Ministro dos Assuntos Sociais
- Ministro da Comunicação Social
- Ministro do Trabalho
Avelino Gonçalves
- Ministro da Educação e Cultura
Eduardo Correia





II Governo Provisório


II Governo Provisório – Vasco Gonçalves - que declara: não desejamos, nem admitimos, de modo algum, um regresso ao triste passado de antes de 1926. Dura 74 dias. Continua o equilíbrio da anterior participação partidária (18 de Julho). Em 18 de Agosto, o primeiro-ministro vai anunciar aumento dos preços, justificando a medida com a pesada herança que teria sido deixada pelo regime fascista.

Composição


- Primeiro Ministro
- Ministro sem Pasta
- Ministro sem Pasta
- Ministro sem Pasta
- Ministro sem Pasta
- Ministro dos Negócios Estrangeiros
- Ministro da Defesa
- Ministro da Administração Interna
- Ministro da Economia
- Ministro da Finanças
- Ministro da Justiça
- Ministro da Coordenação Interterritorial
- Ministro do Equipamento Social e Ambiente
José Augusto Fernandes
- Ministro dos Assuntos Sociais
- Ministro da Comunicação Social
- Ministro do Trabalho
- Ministro da Educação e Cultura






 
III Governo Provisório


III Governo Provisório - novamente presidido por Vasco Gonçalves (1 de Outubro, 177 dias). Vinte dias depois, desmentindo boatos, Vasco Gonçalves declara na RTP: eu encontro-me bem de saúde. Nunca é divulgada a respectiva ficha clínica. Nem a sua eventual filiação no PCP (21 de Outubro). Tomou posse a 30 de Setembro de 1974, tendo terminado o seu mandato a 26 de Março de 1975.

Composição

- Primeiro-Ministro
Vasco Gonçalves
- Ministro sem Pasta
Vítor Alves
- Ministro sem Pasta
Ernesto Melo Antunes
- Ministro sem Pasta
Joaquim Magalhães Mota
- Ministro dos Negócios Estrangeiros
Mário Soares
- Ministro da Defesa
Silvano Ribeiro
- Ministro da Administração Interna
Manuel da Costa Brás
- Ministro da Economia
Emílio Rui Vilar
- Ministro da Finanças
José da Silva Lopes
- Ministro da Justiça
Francisco Salgado Zenha
- Ministro da Coordenação Interterritorial
António de Almeida Santos
- Ministro do Equipamento Social e Ambiente
José Augusto Fernandes
- Ministro dos Assuntos Sociais
Maria de Lurdes Pintasilgo
- Ministro da Comunicação Social
Jorge Correia Jesuíno
- Ministro do Trabalho
José Costa Martins
- Ministro da Educação e Cultura







Manuel Rodrigues de Carvalho

Manuel Rodrigues de Carvalho nasceu, em Oeiras, a 22 de Março de 1929 e faleceu em 8 de Setembro de 1999. - Frequentou o Colégio Militar, tendo terminado o curso com a classificação de 14 valores.
Ingressou na Academia Militar, tendo concluído os estudos com aproveitamento.
Ingressou nas Forças Armadas Portuguesas / Exército, onde prestou serviço tendo atingido a patente de Tenente - Coronel.
Já com a patente de Major de Artilharia, concluiu a Licenciatura na Faculdade de Farmácia do Porto.
Foi distinguido com os Prémios “ Tavares de Carvalho” e “Pinto de Almeida”.
Em Outubro de 1972 transitou para a situação de reserva nas Forças Armadas Portuguesas, tendo cumprido 30 anos de serviço.
De Novembro de 1972 a Julho de 1973 prestou colaboração no Sector de Tecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia de Lisboa, como Assistente eventual, onde prestou excelentes serviço.
Foi igualmente Regente de Estudo do Lar Académico de Filhos e Oficiais e Sargentos.
De 3 de Dezembro de 1974 a 26 de Março de 1975 exerceu o cargo de Ministro da Educação e Cultura, tendo sido exonerado pelo Decreto - Lei nº 158-B/75, I Série, de 26 de Março de 1975.
Prestou serviço militar nas Províncias Ultramarinas de Angola e Guiné.





Adelino da Palma Carlos

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa. Maçon e destacado republicano histórico, opositor do Estado Novo. Fundador da Liga da Mocidade Republicana em 1923, juntamente com José Rodrigues Miguéis e Carlos Mayer Garção. Conclui a licenciatura em 1926. Participa na revolta de 3 e 7 de Fevereiro de 1927. Assistente do Instituto de Criminologia de Lisboa em 1930. Doutorado em 1934, com uma dissertação intitulada Os Novos Aspectos do Direito Penal. Ensaio sobre a Organização de um Código de Defesa Social. Concorre a professor em 1935, mas não é admitido por razões políticas. Defensor de vários presos políticos nos anos trinta. Mandatário de Norton de Matos em 1949. Bastonário da Ordem dos Advogados de 1950 a 1956. Contratado para professor da Faculdade de Direito de Lisboa em 1951. Faz os concursos  para professor extraordinário e catedrático em 1957 e 1958. Administrador da Companhia Reunida de Gás e Electricidade de Lisboa desde 1960. Director da Faculdade de Direito de Lisboa de 1965 a 1970. Presidente da Comissão Revisora do Código de Processo Civil em 1972. Procurador à Câmara Corporativa em 1954 e 1973, como representante da Ordem dos Advogados. Primeiro-ministro de 16 de Maio a 11 de Julho de 1974. Na carta de demissão que envia ao Spínola considera: sirvo melhor o meu País, afastando-me do cargo do que permanecendo nele. Refere o predomínio das paixões políticas e das ambições pessoais e diz: estou a lembrar-me a propósito da presente situação, de uma frase de Aristóteles: o homem aperfeiçoado pela sociedade é o melhor dos animais mas é o mais terrível quando vive sem justiça nem leis. Nessa altura reconhecia a existência de um clima de ódio e que a situação no Ultramar era dramática. Primeiro Reitor da Universidade Livre. Presidente das Selecções do Readers Digest de Portugal. Mandatário de Ramalho Eanes.





Francisco Sá Carneiro (1934 – 1980)

Advogado de profissão, licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi eleito pelas listas da Acção Nacional Popular, o partido único do regime salazarista, para a Assembleia Nacional, convertendo-se em líder da Ala Liberal , onde desenvolveu diversas iniciativas tendentes à gradual transformação da ditadura numa democracia típica da Europa Ocidental. Colaborou com Mota Amaral na elaboração de um projecto de revisão constitucional, apresentado em 1970. Não tendo alcançado os objectivos aos quais se propusera, viria a resignar ao cargo de deputado com outros membros da Ala Liberal, entre os quais Francisco Pinto Balsemão e Magalhães Mota. Em Maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, Sá Carneiro fundou o Partido Popular Democrático (PPD), entretanto redesignado Partido Social Democrata (PSD), juntamente com Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota. Torna-se o primeiro Secretário-Geral do novo partido. Nomeado Ministro (Sem Pasta) em diversos governos provisórios, seria eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975 e, em 1976, eleito deputado (na I Legislatura) à Assembleia da República. Em Novembro de 1977, demitiu-se da chefia do partido, mas seria reeleito no ano seguinte para desempenhar a mesma função. Em finais de 1979, criou a Aliança Democrática, uma coligação entre o seu PPD/PSD, o Centro Democrático Social-Partido Popular de Diogo Freitas do Amaral, o Partido Popular Monárquico de Gonçalo Ribeiro-Telles, e alguns independentes. A coligação vence as eleições legislativas desse ano com maioria absoluta. Dispondo de uma ampla maioria a apoiá-lo (a maior coligação governamental até então desde o 25 de Abril), foi chamado pelo Presidente da República Ramalho Eanes para liderar o novo executivo, tendo sido nomeado Primeiro-Ministro a 3 de Janeiro de 1980, sucedendo assim a Maria de Lurdes Pintasilgo. Francisco Sá Carneiro faleceu na noite de 4 de Dezembro de 1980, em circunstâncias trágicas e nunca completamente esclarecidas, quando o avião no qual seguia se despenhou em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigia ao Porto para participar num comício de apoio ao candidato presidencial da coligação, o General António Soares Carneiro. Juntamente com ele faleceu o Ministro da Defesa, o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa, bem como a sua companheira Snu Abecassis, para além de assessores, piloto e co-piloto. Nesse mesmo dia, Sá Carneiro gravara uma mensagem de tempo de antena onde exortava ao voto no candidato apoiado pela AD, ameaçando mesmo demitir-se caso Soares Carneiro perdesse as eleições (o que viria de facto a suceder três dias mais tarde, sendo assim o General Eanes reeleito para o seu segundo mandato presidencial). Dada a sua trágica morte, pode-se muito bem especular sobre se teria ou não demitido em função dos acontecimentos subsequentes… Vinte e oito anos depois dos acontecimentos, contudo, continuam a existir duas teses relativas à sua morte: a de acidente (eventualmente motivado por negligência na manutenção do avião), ou a de atentado (neste último caso, desconhecendo-se quem o perpetrara e contra quem teria sido ao certo - Sá Carneiro ou Amaro da Costa).




Álvaro Cunhal (1913-2005)

Foi um político e escritor português, conhecido por ser um dos mais importantes resistentes ao Estado Novo, e ter dedicado a vida ao seu ideal comunista.
Com 11 anos, Cunhal mudou-se com a família para Lisboa, onde fez os seus estudos secundários, no Liceu Camões tendo seguidamente ingressado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde iniciou a sua actividade revolucionária.
Em 1931, com dezassete anos, filia-se no Partido Comunista Português (PCP) e integra a Liga dos Amigos da URSS e o Socorro Vermelho Internacional.
Em 1934, é eleito representante dos estudantes no Senado da Universidade de Lisboa.
Em 1935 é eleito secretário-geral da Federação das Juventudes Comunistas.
Em 1936, após uma visita à URSS, é cooptado para o Comité Central do Partido Comunista.
Ao longo da década de 30, Cunhal foi colaborador de vários jornais e revistas como a Seara Nova e o O Diabo, e nas publicações clandestinas do PCP, o Avante e O Militante, onde escreveu artigos de intervenção política e ideológica.
Em 1940, Cunhal é escoltado pela polícia à Faculdade de Direito, onde apresenta a sua tese de licenciatura em Direito, sobre a temática do aborto e a sua despenalização, tema pouco vulgar para a época em questão.
Devido aos seus ideais comunistas e à sua assumida e militante oposição ao Estado Novo, esteve preso em 1937, 1940 e 1949-1960, num total de 13 anos, 8 dos quais em completo isolamento. A 3 de Janeiro de 1960, Cunhal, juntamente com outros camaradas, todos quadros destacados do PCP, protagonizaram a célebre "fuga de Peniche", possível graças a um planeamento muito rigoroso e a uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.
Em 1962 é enviado pelo PCP para o estrangeiro, primeiro para Moscovo, depois para Paris.
Ocupou o cargo de secretário-geral do Partido Comunista Português, sucedendo a Bento Gonçalves, entre 1961 e 1992, tendo sido substituído por Carlos Carvalhas.
Em 1968 Álvaro Cunhal presidiu à Conferência dos Partidos Comunistas da Europa Ocidental, o que é revelador da influência que já nessa altura detinha no movimento comunista internacional. Neste encontro, mostrou-se um dos mais firmes apoiantes da invasão da então Checoslováquia pelos tanques do Pacto de Varsóvia, ocorrida nesse mesmo ano. Regressou a Portugal cinco dias depois do 25 de Abril de 1974.
Foi ministro sem pasta no I, II, III e IV governos provisórios e também deputado à Assembleia da República entre 1975 e 1992.
Em 1982, tornou-se membro do Conselho de Estado, abandonando estas funções dez anos depois, quando saiu da liderança do PCP.
Além das suas funções na direcção partidária, foi romancista e pintor, escrevendo sob o pseudónimo de Manuel Tiago, o que só revelou em 1995.




Firmino Miguel (11 de Março de 1932 - 9 de Fevereiro de 1991)


Foi um militar e político português. Ocupou diversos cargos em governos portugueses. Desempenhava as funções de Chefe de Estado-Maior do Exército quando veio a falecer em consequência dos ferimentos recebidos num acidente de viação.



Raul Rêgo (Morais, Macedo de Cavaleiros, 15 de Abril de 1913—Lisboa, 1 de Fevereiro de 2002)

Foi um jornalista e político português. De 1924 a 1936 frequentou o Seminário das Missões do Espírito Santo, em Viana do Castelo, tendo concluido o curso de Teologia. Acabou, no entanto, por abandonar a carreira eclesisática, tendo-se mesmo tornado anticlerical.
Foi membro do Movimento de Unidade Democrática, o que o levou à prisão em 1945. Dirigiu os serviços de imprensa das candidaturas presidenciais dos generais Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1958).
Enquanto jornalista, colaborou na Seara Nova, no Jornal do Comércio, no Diário de Lisboa e no Jornal República, do qual se tornaria director em 1971. Após o encerramento deste em 1976 fundou A Luta. Em 1974 tornou-se ministro da Comunicação Social do primeiro Governo Provisório. De 1975 a 1999 foi deputado pelo Partido Socialista, primeiro da Assembleia Constituinte e depois na Assembleia da República. Também foi grão-mestre da Maçonaria portuguesa de 1988 a 1990.
Raul Rêgo (Morais, Macedo de Cavaleiros, 15 de Abril de 1913—Lisboa, 1 de Fevereiro de 2002)
Foi um jornalista e político português. De 1924 a 1936 frequentou o Seminário das Missões do Espírito Santo, em Viana do Castelo, tendo concluido o curso de Teologia. Acabou, no entanto, por abandonar a carreira eclesisática, tendo-se mesmo tornado anticlerical.
Foi membro do Movimento de Unidade Democrática, o que o levou à prisão em 1945. Dirigiu os serviços de imprensa das candidaturas presidenciais dos generais Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1958).
Enquanto jornalista, colaborou na Seara Nova, no Jornal do Comércio, no Diário de Lisboa e no Jornal República, do qual se tornaria director em 1971. Após o encerramento deste em 1976 fundou A Luta. Em 1974 tornou-se ministro da Comunicação Social do primeiro Governo Provisório. De 1975 a 1999 foi deputado pelo Partido Socialista, primeiro da Assembleia Constituinte e depois na Assembleia da República. Também foi grão-mestre da Maçonaria portuguesa de 1988 a 1990.




Vasco Vieira de Almeida


Vasco Vieira de Almeida (Lisboa, 11 de Abril de 1932), foi um ministro das finanças de Portugal no I Governo Provisório (como Ministro da Coordenação Económica).




Joaquim Magalhães Mota (1935-2007)

Foi um dos fundadores do PPD - Partido Popular Democrático, em 6 de Maio de 1974 (mais tarde rebaptizado Partido Social Democrata nome em vigor até agora).
Era advogado. No campo político, antes da Revolução de Abril de 1974, foi deputado à Assembleia Nacional (fazendo parte da chamada Ala Liberal, entre 1969 e 1973), bem como fundador e dirigente da SEDES.
Já depois do 25 de Abril, para além de fundador do PPD/PSD, foi Ministro da Administração Interna do I Governo Provisório e Ministro sem Pasta do II, III e IV Governos Provisórios.
Não participou no V Governo Provisório, como de resto todo o PPD. Volta no VI Governo Provisório, como Ministro do Comércio Interno.
Em 1979 abandona o PPD/PSD, por divergências com a estratégia do seu líder, Sá Carneiro. A partir de 1980 foi deputado pela ASDI.




Vítor Manuel Rodrigues Alves

Nasceu em 30 de Setembro de 1935, em Mafra. No 25 de Abril de 1974, era major e juntamente com Otelo e Vasco Lourenço, Vítor Alves fez parte da Comissão Coordenadora e Executiva do MFA, tendo sido redactor do programa.
No dia 25 de Abril de 1974 foi o responsável pelo comunicado à população divulgado pelo MFA e substituiu Otelo, a partir das 16 horas, no posto de comando da Pontinha, passando a coordenar o desenvolvimento da acção.
Pertenceu ao Conselho de Revolução e foi ministro e porta-voz dos II e III Governos provisórios e integrou o “Grupo dos Nove”.




Vitorino Magalhães Godinho (Lisboa, 9 de Junho de 1918)


É considerado, frequentemente, um dos mais notáveis académicos portugueses, sendo um dos nomes da corrente historiográfica que se começou a desenvolver em torno da "Revue des Annales" - Annales d'histoire économique et sociale (em português, Anais de História Econômica e Social), fomentada pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre, então da Universidade de Estrasburgo.
É, na contemporaneidade, Professor Catedrático Jubilado da Universidade Nova de Lisboa, do Departamento de Sociologia da FCSH, sendo Doutor ès-Lettres pela Sorbonne, Faculdade de Letras da Universidade de Paris, Paris, França, país onde sedimentou grande parte da sua vida académica e científica. O seu nome académico identifica-se, em grande parte, com a Universidade Nova de Lisboa: o Professor Vitorino Magalhães Godinho foi um dos pioneiros das Ciências Sociais em Portugal e fundador da Sociologia da Nova. O seu espírito crítico, a sua atitude problematizadora, a sua capacidade de elaboração teórica constituíram-se como referência absoluta para a construção da instituição, onde existe uma fusão aprofundada entre a Historiografia e a Sociologia, muito na linha da segunda fase e da terceira fase da "Revue des Annales". O Professor Vitorino Magalhães Godinho é o académico português que melhor representa essa corrente historiográfica, muito próxima da Sociologia.




Maria de Lurdes Pintasilgo (Abrantes, 18 de Janeiro de 1930 — Lisboa, 10 de Julho de 2004)

Foi uma engenheira química, dirigente eclesial e política. Foi a única mulher que desempenhou o cargo de primeiro-ministro em Portugal, tendo chefiado o V Governo Constitucional, em funções de Julho de 1979 a Janeiro de 1980. Foi também a segunda mulher primeiro-ministro em toda a Europa, a seguir a Margaret Thatcher.




Manuel da Costa Brás (Pombalinho, 1934)

É um militar e político português. Fez parte do MFA e ocupou diversos cargos em governos portugueses.




José Costa Martins (1938-2010)

Foi um dos Capitães de Abril, fundamental na revolta que devolveu a Liberdade a Portugal em 1974. Morreu ontem, na queda da avioneta em Montemor-o-Novo. Um acidente estranho com interpretações diferentes por parte das autoridades.
Nasceu em 1938 em Silves. Esteve 3 vezes preso, durante a Ditadura, por manifestar a sua oposição ao regime, e recebeu ordem de expulsão do país, que devia ser concretizada no dia 28 de Abril. Foi um dos principais organizadores do MFA na Força Aérea. No dia 25 de Abril, teve a seu cargo a ocupação do Aeroporto de Lisboa e a interdição do espaço aéreo português. Fê-lo sozinho, sem o apoio de ninguém, visto que os reforços só chegaram mais tarde.
Durante a III República Integrou o II, o III, o IV e o V Governos Provisórios, entre 1974 e 1975, como Ministro do Trabalho.
Em 15 de Janeiro de 1976, em plena Assembleia da República, foi acusado pelo deputado António Arnaut, do PS, de se ter apropriado indevidamente de dinheiro proveniente da campanha «Um dia de Trabalho».




José Eduardo Sanches Osório

Nasceu em Lisboa a 2 de Dezembro de 1940
Foi participante muito activo na Revolução. Integrou o grupo de seis oficiais do MFA que ocupou o posto de comando na Pontinha, sendo major à data. Formado em Engenharia Militar foi posteriormente director-geral da Informação e Ministro da Comunicação Social.


Eduardo Silva Correia


Eduardo Henriques da Silva Correia foi um jurista, professor universitário e político português. Brilhante penalista, exerceu a cátedra na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (década de 1940 / década de 1990), formando Escola, onde se contam como discípulos os Profs. Jorge Figueiredo Dias, Manuel Costa Andrade e José Francisco Faria Costa. Ocupou os cargos de Ministro da Educação e da Cultura (I Governo Provisório, 1974) e de Ministro da Justiça no IV Governo Constitucional (1978-1979).


Daniel Proença de Carvalho


Daniel Proença de Carvalho (Soalheira, 15 de Setembro de 1941) é um advogado português.
Licenciou-se em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1965. Antes de se estrear na advocacia foi magistrado do Ministério Público e inspector da Polícia Judiciária. Actualmente é sócio da firma legal Proença de Carvalho & Associados, com sede em Lisboa.
O seu percurso estende-se também à política e à vida empresarial. Logo a seguir ao 25 de Novembro de 1975, dirigiu o Jornal Novo e foi membro do Conselho de Imprensa, em representação dos jornais diários (1976-1977). No IV Governo Constitucional, de Mota Pinto, ocupou o cargo de Ministro da Comunicação Social (1978-1979). Presidiu ao Conselho de Administração da Radiotelevisão Portuguesa (1980-1983) e foi ainda presidente do Conselho de Administração da Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva (1993-2007), membro do Conselho Consultivo Geral da Fundação Calouste Gulbenkian (1993-2003) e presidente do Conselho Estratégico do Hospital Amadora-Sintra (2007-2008). Ainda hoje é membro do Conselho de Curadores da Fundação Batalha de Aljubarrota (desde 2002) e presidente do Conselho de Curadores da Fundação D. Anna de Sommer Champalimaud e Dr. Carlos Montez Champalimaud (desde 2005).
Voltou a ter intervenção política como director de campanha da candidatura de Diogo Freitas do Amaral à Presidência da República (1985-1986) e como activista e dirigente do Movimento Portugal Único (1998), contra à regionalização administrativa.
Tem exercido a presidência da Assembleia-Geral de diversas empresas e instituições, entre as quais a Panatlântica Holding (desde 1995), o Automóvel Clube de Portugal (1995-2001), a Renova (desde 1997), a Mague (desde 1998), a Liga de Amigos da Casa-Museu/Centro Cultural João Soares (desde 1998), a Vila Sol (desde 1999), a Celulose do Caima (desde 2002), a Edifer (desde 2003), Estoril Sol (desde 2007) e a Galp Energia (desde 2008). Finalmente é ainda vice-presidente da Assembleia-Geral da Caixa Geral de Depósitos (desde 2004), presidente do Conselho de Administração da ZON Multimédia (desde 2007) e membro da Comissão de Remunerações do Banco Espírito Santo (desde 2008). É Professor da disciplina de Direito do Audiovisual e da Comunicação, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Proença de Carvalho contribuiu para a privatização e desintervenção de vários órgãos de comunicação social, nacionalizados após o 25 de Abril de 1974. Nos últimos anos tem-se assumido como defensor da liberalização da economia e da realização de reformas do Estado, que concedam maior liberdade ao sector privado e à sociedade civil.
É autor de várias obras - Justiça e Política: um caso exemplar; Cinco Casos de Injustiça Revolucionária; O Processo de António Champalimaud.
Cultiva o gosto pela música, tendo passado por alguns pequenos grupos nas décadas de 1950 e 1960, como Os Babies, ao lado de José Cid.


José Alberto Loureiro dos Santos

José Alberto Loureiro dos Santos é um militar e político português. Ocupou diversos cargos em governos portugueses e por vezes surge nas televisões fazendo comentários sobre assuntos militares.


Luís Valente de Oliveira

Luís Valente de Oliveira (São João da Madeira, 1937) é um político português. Ocupou diversos cargos em governos portugueses.
Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade do Porto e doutorado pela mesma universidade em 1973. Valente de Oliveira é também diplomado em Planeamento e Desenvolvimento Regional pelo Institute of Social Studies da Haia, Holanda (1969) e tem um master of sciences em Planeamento de Transportes pelo Imperial College da Universidade de Londres (1971). Em 1980 tornou-se professor catedrático na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Esteve à frente do gabinete técnico e da gestão da Comissão de Planeamento Regional do Norte entre 1973 e 1978, tendo sido presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte entre 1979 e 1985.
Exerceu diversas funções governativas: ministro da Educação e Investigação Científica entre 1978 e 1979; ministro do Planeamento e da Administração do Território entre 1985 e 1995; ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação em 2002 e 2003.
Tem escrito numerosos artigos e livros sobre temas relacionados com a sua área de especialização académica e com as responsabilidades políticas que tem exercido, nomeadamente sobre o tema da regionalização.
Actualmente é vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP).


Manuel Jacinto Nunes

Manuel Jacinto Nunes nasceu em Lisboa, em 1926, é um político português. Ocupou diversos cargos em governos portugueses. Ex-ministro das finanças ex-Governador do Banco de Portugal e ex-Presidente da Caixa Geral de Depósitos. Homem de grande clarividência, sobre a actividade económica portuguesa.
Licenciou-se no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, iniciando a sua carreira de professor em 1948. No ano seguinte, teve um papel activo na reforma curricular. Entre 1950 e 1952, assume a regência de cadeiras de Economia no Instituto Superior Técnico, voltando a essas funções entre 1954 e 1974, ao serviço do Instituto de Altos Estudos Militares. Em 1957, ano em que se doutora em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, com 19 valores, defendendo a tese “Rendimento Nacional e Equilíbrio Orçamental”, é promovido a primeiro-assistente, de onde passará a professor extraordinário, em 1961, e a professor catedrático, em 1963, ambas as categorias obtidas por concurso, após aprovação por unanimidade.
Director do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras no biénio 1968-1970, será, entre 1971 e 1974, vogal da Junta Nacional de Educação, vindo a ocupar semelhante posição em diversos organismos de acompanhamento e avaliação do ensino superior. Depois de se jubilar no Instituto Superior de Economia e Gestão em 1996, a sua carreira académica – decisiva para a divulgação dos princípios económicos keynesianos em Portugal – é superiormente reconhecida pela Universidade de Coimbra em 2002, que lhe confere, então, o título de Doutor Honoris Causa em Economia.
Paralelamente à vida académica, desempenhou variadíssimos cargos e funções. Restabelece contacto com a OECE entre 1959 e 1965 – onde representa Portugal no Comité de Política Económica – e, durante esse período, participa em três negociações com objectivos diferentes: a adesão do País ao Fundo Monetário Internacional (de que será governador, por parte de Portugal, entre 1960 e 1975 e entre 1980 e 1985); a obtenção do primeiro empréstimo externo do pós-guerra (1961) e o financiamento da Ponte sobre o Tejo (1961-1962). Nomeado, em 1960, vice-governador do Banco de Portugal, cujas funções abraça até 1974, voltará ao palco das negociações no biénio de 1972-1973, por ocasião do financiamento de Cahora Bassa, mas não sem antes participar como vogal na Comissão da Reforma Administrativa e no Conselho Superior de Fomento Ultramarino.
Em 1974, é nomeado governador do Banco de Portugal e passa a presidir à Câmara de Comércio Luso-Britânica. Entre 1976 e 1980, encontra-se na Caixa Geral de Depósitos, como administrador-geral e presidente do Conselho de Administração, cargo que acumula com o de presidente do Conselho Nacional de Rendimentos e Preços, entre 1976 e 1977, e com o de governador, por parte de Portugal, do Banco Mundial, entre 1978 e 1979. Vogal da Comissão Revisora de Contas da Fundação Calouste Gulbenkian a partir de 1979, regressa, no ano seguinte, à governação do Banco de Portugal, onde permanece até 1985. A sua participação política traduziu-se, fundamentalmente, no exercício dos cargos de subsecretário de Estado do Tesouro (1955-1959), vice-primeiro-ministro para os Assuntos Económicos e Integração Europeia e ministro das Finanças e do Plano (ambos, entre 22 de Novembro de 1978 e 8 de Agosto de 1979, na vigência do IV Governo Constitucional). Sócio e membro de várias agremiações de âmbito cultural e económico, de que se destacam a Academia das Ciências de Lisboa, a Sociedade de Geografia, a American Economic Association e a Econometric Society, foi agraciado com as grã-cruzes da Ordem da Instrução Pública, da Ordem do Cruzeiro do Sul, da Ordem do Visconde do Rio Branco, da Ordem do Infante e de Mérito Civil. Foi ainda feito Oficial da Legião de Honra, Commander of the Order of the British Empire e Grande Oficial da Ordem de Cristo, a que se junta, por fim, a Medalha de Prata por serviços distintos prestados ao Exército português.
Autor de numerosos estudos económico-financeiros, com destaque para Estrutura da Economia Portuguesa (em parceria, 1954), Dívida Pública e Rendimento Nacional, Desenvolvimento Económico e Planeamento, Keynes e a Nova Política Económica e De Roma a Maastricht (1993), dirigiu, também, a colecção “Estudos de Economia Moderna” e foi consultor principal da colecção “História do Pensamento Económico Português”.


José Ângelo Ferreira Correia


José Ângelo Ferreira Correia (Almada, 18 de Julho de 1945) é um administrador de empresas e dirigente político português.
Aluno do Liceu D. João de Castro, em Lisboa, integrou a Mocidade Portuguesa, onde revelou incompatibilidades com o regime vigente [carece de fontes?]. Cumpriu serviço militar em Timor-Leste. Licenciou-se em Engenharia Química no Instituto Superior Técnico, em 1968.
Membro da SEDES, participou na criação do Partido Popular Democrático, em Maio de 1974, tendo integrado os seus órgãos dirigentes. Dividiu o exercício de funções políticas, de natureza parlamentar e governativa, com uma intensa carreira na administração de empresas, como a VMPS - Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, Lisboagás, Portgás, Phillips Portuguesa, Tertir, Cipol, Turistrela, Figueira Paraindustria, GDP Distribuição, All2it, Burgo Fundiários, Pavilis, Drink-In, Transinsular, Totta Urbe e Solidal. Foi ainda técnico da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, técnico do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação e chefe da divisão financeira e administrativa do Instituto de Alta Cultura. Presidiu à Associação Nacional das Empresas Operadoras Portuárias (1992-1995).
No plano político foi deputado à Assembleia Constituinte (1975-1976) e à Assembleia da República (1976-1995), onde presidiu às Comissões Parlamentares de Defesa Nacional (1978-1981 e 1983-1985), Assuntos Europeus (1987-1989), Poder Local, Regiões e Ambiente (1989-1993) e Economia, Finanças e Plano (1981-1983). Foi também presidente da Delegação Parlamentar Portuguesa à Assembleia Parlamentar da OTAN (1979-1981 e1985-1995). Foi Ministro da Administração Interna, no VIII Governo Constitucional, de Cavaco Silva. Presidiu à Mesa do Congresso Nacional do PSD, na liderança de Luís Filipe Menezes (2006-2007).
Actualmente é presidente do Grupo Fomentinvest, presidente da Associação de Empresas de Segurança Privada, presidente da Câmara de Comércio e Industria Árabe Portuguesa e Cônsul Honorário do Reino Hashemita da Jordânia em Portugal.


Francisco Lucas Pires

Francisco Lucas Pires (nascido em 1944, morreu em 1998) formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi deputado à Assembleia da República desde 1976 e durante 10 anos. Foi coordenador geral da Aliança Democrática (1980) e membro do VIII Governo como ministro da Cultura e Coordenação Científica. Foi presidente do CDS entre 1983/85 e no mesmo biénio eleito membro do Conselho de Estado. Desenvolveu um trabalho meritoso no âmbito da política Comunitária, fazendo parte da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa desde a entrada de Portugal. Foi presidente do Grupo Parlamentar Democrata Cristão e foi vice-presidente das Democracias Cristãs (UEDC) entre 1984 e 1986 e da União Democrática Internacional (UDI) entre 85 e 87. A discordância quanto à política Europeia seguida pelo CDS levaram-no a sair do partido e a ingressar nas listas do PSD tanto para o Parlamento Europeu como para a Assembleia da República. Produziu variadíssimos trabalhos abordando assuntos relativos à Constituição, ao Direito e à temática Europeia.


Vasco Futscher Pereira


Vasco Futscher Pereira,nascido em lisboa em 1922, é um diplomata português. Ocupou o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros no VIII Governo Constitucional. Faleceu em 1984.


António Queirós Martins

António Queirós Martins (23 de Março de 1945), é um político português. Ocupou o cargo de Ministro do Trabalho no VIII Governo Constitucional.
Filho de pai jurista. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa na qual veio mais tarde a ser monitor. Foi Presidente da CP. A sua experiência empresarial estendeu-se por várias empresas como o TLP e a PT.


João Salgueiro


João Salgueiro nasceu em Braga em 4 de Setembro de 1934. Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, tem o curso de pós-graduação em Economic Planing and National Accounts of Social Studies de Haia. Inicia a sua actividade profissional em 1959, no BFN.
Dez anos depois, é convidado por Marcello Caetano para assumir o lugar de subsecretário de Estado do Planeamento, cargo que abandona dois anos depois em ruptura como regime.
Com uma vida cívica activa, chega, nos anos 50, a presidente nacional da Juventude Universitária Católica. Em 1970, negoceia a autorização para a criação da Sedes Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, que virá a ter enorme projecção. No 25 de Abril, Salgueiro ocupava a vice-presidência do Banco de Portugal.
Não adere ao grupo de fundadores do PPD por entender que a sua ligação ao anterior regime pode pôr em risco o projecto. Em 1981, é convidado por Francisco Balsemão para assumir a pasta das Finanças.
Quando sai do Governo, vai para São Bento como deputado. Ainda disputa a liderança do PPD, mas desiste. Nos anos que se seguem, passa pela presidência dos bancos públicos, BFE e CGD, recusando vários convites para integrar grupos privados. Actualmente, preside à Associação Portuguesa de Bancos, que acumula com a carreira académica, que inicia na década de 60.


Luís Alberto Garcia Ferrero Morales


Luís Alberto Garcia Ferrero Morales é um político português. Ocupou o cargo de Ministro do Trabalho no VIII Governo Constitucional.